Páscoa da ceia – Páscoa da cruz – Páscoa da ressurreição

Ir. Angela Soldera - Pastorinha

No início do cristianismo, o domingo era o dia em que se celebrava a ressurreição do Senhor.

Os apóstolos se reuniam no primeiro dia da semana, para fazer a memória da ressurreição do Senhor (cf. At 1,10).

Somente pela metade do segundo século, os cristãos começaram a dar destaque maior a uma celebração anual: o domingo da páscoa.

Esta festa iniciava com um jejum de dois ou mais dias, seguia uma vigília que se prolongava toda a noite e precedia o domingo da ressurreição. Nesta vigília as pessoas passavam a noite em orações, súplicas, leituras bíblicas e salmos, lembrando a obra de salvação ao longo da história. De madrugada, ao nascer do sol, interrompiam o jejum, liam o relato da ressurreição e celebravam a Eucaristia.

Jejum e festa eram dois elementos inseparáveis, na celebração da páscoa definitiva.

Ao longo dos séculos a vigília pascal foi perdendo sua força e dando mais ênfase à Paixão na sexta feira santa.

Desta forma foi perdendo a unidade da celebração pascal, como Páscoa da Ceia, Páscoa da Cruz e Páscoa da Ressurreição

como uma única e grande celebração.

O Concílio Vaticano II veio resgatar a unidade e o sentido teológico e litúrgico do Tríduo Pascal, perdida ao longo dos séculos.

O Tríduo Pascal é o núcleo da ação litúrgica da Igreja, tem seu início com a memória da última Ceia do Senhor na Quinta feira à noite. É a celebração da páscoa do Senhor no decorrer de três dias: a sexta - feira da paixão, o sábado da sepultura

e o domingo da ressurreição, com o seu centro na Vigília Pascal.

Na noite da Quinta-Feira Santa celebramos a “Páscoa da Ceia”; recordamos as palavras e os gestos de Jesus na última ceia, na qual expressou o sentido de sua vida e morte e nos mandou celebrar sempre em sua memória.

Na Sexta-Feira Santa celebramos a “Páscoa da Cruz”, Paixão e morte de Jesus, o justo; ele foi condenado injustamente; mas entregou sua vida nas mãos de Deus, confiando na justiça dele.

No Sábado Santo fazemos memória de sua descida à mansão dos mortos: Jesus se faz solidário conosco até em nossa morte.

Na vigília Pascal e no domingo celebramos a “Páscoa da Ressurreição”, a vitória da vida sobre a morte.

Os símbolos e os gestos simbólicos próprios de cada celebração quando bem trabalhos possibilitam a visibilidade do mistério celebrado e tornam a celebração um verdadeiro memorial, isto é: a recordação da intervenção de Deus num determinado momento histórico, atualizando-o na ação ritual, para permitir a participação no ato celebrado.

As equipes de liturgia de canto, ministros da Palavra e da Eucaristia, quem preside as celebrações são os primeiros responsáveis a ajudar a comunidade cristã a bem celebrar o mistério central da fé.

Para que isto aconteça, um dos elementos indispensáveis é a preparação de cada uma das celebrações, pela equipe, com antecedência.

É fundamental que cada celebração seja preparada com atenção, bem como sua simbologia própria, para que todos e cada um, possam vivenciar em profundidade a riqueza de cada celebração.

A Cruz de nosso Senhor Jesus Cristo deve ser a nossa glória: nela está a nossa vida e ressurreição. Foi ele que nos salvou e libertou”.

Texto de Ir. Angela Soldera - Pastorinha

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