A generosidade do Coração de Jesus que impulsiona suas Apóstolas não conhece limites. São muitos os desafios e mudanças que inserimos em nossa prática cotidiana. E em se tratando da rotina hospitalar, isso significa algo extremamente complexo, porque toda nova ação, necessita ser meticulosamente pensada para que aquilo que se insere, não repercuta em prejuízo na defesa da vida.

As pessoas se encontram fragilizadas, sensíveis e amedrontadas diante do eminente perigo de morte, para o qual a ciência ainda não consegue dar respostas satisfatórias. São João Paulo II já nos admoestava em Fides et Ratio, que, toda vez que o homem se encontra nesta encruzilhada de que a razão já não lhe dá todas as respostas, mais facilmente seu coração se volta para Deus. Observamos, uma grande “sede” do divino nas pessoas que circulam no ambiente hospitalar. Nossa missão é de tornar acessível a eles essa graça, ao menos em forma de um pequeno oásis que proporcione a renovação da esperança. Para isso, o verbo que impera é o reinventar: as novenas de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro que aconteciam todas as quartas-feiras, passaram a ser on-line; a Comunhão distribuída nos quartos com todo o protocolo de segurança; e as celebrações de Batismo igualmente com os aparatos exigidos pelas autoridades sanitárias.

Mas nesta partilha, damos especial ênfase a dois momentos especialíssimos que marcaram nossa missão no Hospital Pequeno Príncipe neste período. Houve a Primeira Eucaristia de uma criança que aguardava o transplante de coração. Ela não resistiu ao tratamento e hoje é nossa protetora no céu. Em vida seu sonho era fazer a primeira Eucaristia, porque queria que “Jesus ficasse muito pertinho de seu coração”. Vive agora plenamente aquilo que ansiava e testemunhou para todos que lhe atendiam em sua enfermidade. Outra circunstância particular foi a realização do sonho da mãe de uma criança que viveu a sua curta passagem neste mundo sempre hospitalizada. O desejo dela era que o filho saísse por um momento do Hospital e fizesse a experiência do calor do sol e de contemplar a beleza da natureza. Foi um momento marcado com muito amor e ternura no Santuário de Schoenstatt.

Por fim, o sentimento que compartilhamos com todos, é que verdadeiramente o Coração de Jesus é a “esperança que não decepciona”. A pandemia nos privou de muitas coisas, mas não nos tirou a sensibilidade de ir ao encontro dos que mais sofrem. Nossa missão junto aos doentes, familiares e colaboradores, é de encorajá-los e levá-los a certeza de que com Deus todas as dificuldades são superadas. Mesmo em meio a dores e perdas, onde o Cristo sofredor se faz presente de modo concreto e visível, o Carisma Cleliano permanece atuante, transmitindo a ternura divina.