Lugar de partilha do Carisma – sinal tangível do encontro de duas realidades, unidas pelo batismo.
A Família Carismática é o sinal da partilha de um projeto
de vida a partir do Evangelho que toma a forma da Espiritualidade de um fundador.
Além disso um projeto para contar quem somos na família; é o lugar onde todos
somos discípulos e onde vive o Carisma da Igreja
Do fruto da semente de um Carisma nascem as vocações.
Elas são as cores com as quais percebemos o mundo e somos chamados para servir
a Igreja. Desta forma estamos vivendo anos de graça e o testemunho de amar uns
aos outros.
Para isso é preciso conhecimento recíproco para formar a
família carismática. Criar um projeto de vida à luz do evangelho, que pode ser:
olhar os últimos, a caridade, a adoração ao Coração Eucarístico de Cristo.
A família Carismática não pode nascer de uma necessidade.
Talvez a falta de vocações fosse um sinal para olhar a quem está ao nosso
redor: os Leigos. A fundadora, Madre Clélia, não pensou em viver somente com as
Irmãs, mas com as crianças, as famílias, os jovens.
A família Carismática é sinal de uma vocação especial à qual algumas pessoas são chamadas. Este não é um chamado feito a todos, mas é preciso pensar junto aos leigos uma forma de partilhar essa vocação uns com os outros. É um sinal de respeito ao leigo.
Um ponto a fixar: O carisma, antes de ser um conteúdo, uma definição é uma fonte de vida, de inspiração que se torna estilo, modo de sentir. O carisma perpassa a vida e nos faz ser família. Antes de ser família carismática é preciso testemunhar que somos família religiosa.
Ponto de Partida: Recolocar o carisma no contexto de uma eclesiologia renovada. Trabalhar juntos, religiosos e leigos, um ao lado do outro em uma ótica de real integração, significa afirmar que o ponto de convergência e de encontro não é mais, somente o carisma do Instituto/congregação, mas torna-se o carisma de quem está na origem do Carisma. A relação, a incompletude, a parcialidade e a responsabilidade nos obrigam a uma constante verificação das nossas relações para compreender se e quanto corresponde àquilo que o Espírito sugere à Igreja.
Ponto de retorno: O lugar privilegiado no qual o carisma opera na sua inteireza é na Família Carismática. A participação ao carisma, entre estados de vida diferentes é uma grande riqueza.
Uma graça
nova: A Família Carismática não foi inventada pelo Papa ou por nós, mas é
uma nova graça, uma nova responsabilidade. A Família Carismática não é a meta,
mas um caminho a percorrer juntos. Uma responsabilidade que partilho com os
outros. É um caminho que dá sentido porque caminho pela e com a minha família.
A riqueza de um carisma manifesta-se em plenitude quando se concretiza diversos
modos de viver a vida cristã, assim:
- Quando faz amadurecer uma comunhão de vocações, testemunho
da vida e do apostolado;
- Quando somos animados pela comunhão vital e recíproca;
- Quando em modos e formas diferentes, estes tornam presente o carisma na vida e na missão da Igreja.
Quando se fala de carisma, não se fala de gestão. Não é possível juntar gestão e carisma ou Família Carismática. É o testemunho de amor de Madre Clélia e de alguém que a imitou que nos atraiu. As relíquias se guardam, o carisma se dá e se entrega.
Criar um estilo de família quer dizer respeitar o outro.
Porque corresponsabilidade não é ser dependente, mas viver a própria vocação. A
corresponsabilidade coloca no centro a relação. É o outro - nosso irmão, irmã
–possibilita a vivência da minha vocação de forma plena à luz do nosso carisma.
A Família Carismática é o lugar para uma resposta a um chamado que o Senhor
fez. O verdadeiro desafio é a confiança recíproca, a gratuidade e que não somos
nós que agimos e fazemos se não fosse a misericórdia divina. Devemos
testemunhar o amor que temos na vida, que triunfa a vida, como novidade: ser
SINAL de graça. Com os votos perpétuos não nos apropriamos do Carisma. O
carisma deve ser cuidado, testemunhado, mas não possuído.