Todos precisamos uns dos outros.

Quem não paga suas dívidas é injusto; mas quem não paga a dívida da gratidão é ainda pior: é vil! A ingratidão é o mais detestável dos vícios, um horrível produto do orgulho e da maldade.

            É próprio do soberbo não reconhecer os benefícios recebidos; dissimula-os mais que pode, irrita-se quando alguém os menciona. Daí provém o esquecimento do benefício e o número infinito dos ingratos. Para eximir-se do reconhecimento, atribui-se ao benfeitor fins interesseiros; procura-se descobrir nela injustiças dignas de repreensão, defeitos a censurar e, no caso de ter podido prestar-lhe o mínimo serviço, considera-se isto suficiente para livrar-se do peso do reconhecimento.

            Tenham presentes também todas as condições, todas as classes sociais, todas as faixas etárias: da infância à juventude, da juventude à idade adulta, da idade adulta à velhice; constatarão que, neste mundo, tudo acontece graças a uma recíproca troca de serviços. A gratidão aproxima a mão de que temos necessidade, a ingratidão afasta; a gratidão estimula as pessoas a voarem em nosso auxílio, enquanto a ingratidão as leva a abandonar-nos; a primeira estreita os laços sociais, a ingratidão os afrouxa e dissolve. E isto é ainda mais evidente no seio da família. Quais são as boas famílias, senão aquelas cujos filhos e pais, patrões e empregados se esforçam para agradar uns aos outros?  Onde estão as atenções delicadas, senão onde o reconhecimento as provoca? Quais são as famílias infelizes, senão aquelas cujos filhos são ingratos, os empregados não reconhecidos? Vocês não concordam que quem não é grato com o próximo dificilmente o será com Deus?

            Caminhem no caminho do bem e da gratidão. Abençôo-vos com cem corações. Sua afeiçoadíssima Madre Clélia Merloni.

  

 

·         Como posso vivenciar os ensinamentos de Madre Clélia nos dias de hoje, em minhas atividades diárias?